terça-feira, 20 de dezembro de 2005

"Sou bi e daí ?"

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Na semana passada, a cantora Ana Carolina deu uma entrevista a VEJA que contém uma confissão pessoal e ao mesmo tempo é o reflexo de uma mudança e tanto na forma como os jovens brasileiros encaram a sexualidade. Ana Carolina falou sem meias palavras sobre suas preferências. "Sou bissexual", disse ela. "Acho natural gostar de homens e mulheres." O que chama atenção é que ela trata do assunto com leveza. E, é importante frisar, sem ter a mínima intenção de fazer proselitismo em favor de causas políticas. "Sou contra essa postura de levantar bandeiras para defender o homossexualismo, pois fica parecendo que ser gay é uma doença", diz.





[caption id="attachment_4210" align="aligncenter" width="340" caption=""Acho engraçado quando alguém chega a meu camarim e diz: 'Que coragem a sua de cantar Eu gosto de homens e de mulheres!'. Poxa, 'coragem' é uma expressão muito antiquada nessa área""]"Acho engraçado quando alguém chega a meu camarim e diz: 'Que coragem a sua de cantar Eu gosto de homens e de mulheres!'. Poxa, 'coragem' é uma expressão muito antiquada nessa área"[/caption]

Ana Carolina é hoje uma das artistas que mais vendem discos no Brasil. Desde 1999 ela lançou quatro CDs, que ultrapassaram a marca de 1,5 milhão de cópias vendidas. Somente neste ano foram 800 000 unidades, mais da metade de toda a carreira. Seu mais recente lançamento, Ana & Jorge, feito em parceria com o cantor carioca Seu Jorge, atingiu a vendagem de 125 000 discos em apenas duas semanas. Não é exagero dizer que 2005 foi seu ano de ouro – e a naturalidade com que expõe sua sexualidade só reforçou seu carisma.


Nascida em Juiz de Fora, Ana Carolina vem de uma família de músicos. Seu avô cantava em igreja e a avó era artista de rádio. "Dizem, aliás, que ela teve um affair com o forrozeiro Luiz Gonzaga – mas não me pergunte se foi antes ou depois de conhecer meu avô", conta. Ana Carolina é autodidata: aprendeu a tocar violão, guitarra e pandeiro sozinha. Hoje em dia, diz que domina a "matemática da música", embora ainda não saiba ler partituras. A cantora lembra que na adolescência, ao mesmo tempo em que dava os primeiros passos musicais, já demonstrava interesse por ambos os sexos. "Namorei quatro garotos, depois uma menina, em seguida outro garoto e mais tarde uma menina outra vez", diz. Aos 16 anos, ela tomou a decisão de contar para a mãe que se sentia diferente das amigas. "Fiz isso de supetão. Estávamos falando de um assunto qualquer e eu soltei a confissão, como se não fosse nada. 'Mãe, eu gosto de homens e de mulheres. Dá para a senhora me passar aquele negócio ali, por favor?" A opção da filha foi respeitada, ainda que mais tarde ela tenha enfrentado cobranças. "Tive de ser mais dura com minha mãe, para reafirmar minha condição. Mas aí ela aceitou de vez, e hoje nos damos bem", conta.




[caption id="attachment_4211" align="aligncenter" width="300" caption=""Sempre apreciei as intérpretes que botam tudo para fora ao cantar, como se fosse o últino dia de sua vida. Cantar alto me deixa excitada""]ana_carolina_veja[/caption]


Ana Carolina começou da mesma forma que tantos artistas anônimos: cantava em barzinhos. Seu repertório tinha canções de Edu Lobo e Chico Buarque, além de músicas próprias. "O barzinho é uma escola maravilhosa, desde que você não cante apenas sucessos que tocam na rádio, imitando as versões originais. Desse jeito, você nunca encontra a própria personalidade." Ana Carolina ainda era desconhecida quando encontrou uma figura que marcaria sua carreira: a cantora Cássia Eller. "Quando Cássia foi a um show meu, eu me senti como se tivesse ganho a Cruz de Malta", diz. As duas ficaram amigas e, depois da morte de Cássia, Ana Carolina herdou parte de seus fãs.




[caption id="attachment_4212" align="aligncenter" width="200" caption="Ana Carolina descobriu que era bissexual na adolescência. Quando tinha 16 anos, ela decidiu contar à mãe. "Gosto de homens e de mulheres. Dá para pegar aquele negócio ali, por favor?" A cantora, no entanto, não descarta a idéia de um dia se apaixonar por um homem. "Se isso acontecer, caso de véu e de grinalda, e ninguém irá me impedir." "]ana_carolina7[/caption]

Atitudes como a de Ana Carolina atraem dois tipos de oposição. Sua maneira de falar de sexo parece ultrajante para os conservadores, mas também incomoda muitos homossexuais aguerridos, que gostariam de vê-la empunhando a bandeira do arco-íris. Ana Carolina pertence a uma era pós-engajamento. Parte da militância não se conforma com suas negativas a se apresentar na Parada Gay paulistana ou em casas noturnas voltadas a esse público. "Acho que passeatas e discursos no estilo 'nós, os homossexuais' só alimentam uma visão estereotipada", diz. Inspirada por autoras como a americana Camille Paglia, que admira por suas polêmicas no âmbito do feminismo e da cultura gay ("O que mais me incomodou num assalto por que passei foi levarem por acaso um livro dela", brinca), a cantora não quer ser aprisionada num nicho. "Posso até estar saindo com uma mulher, mas se eu me apaixonar por um homem e decidir casar com ele na igreja, de véu e grinalda, ninguém vai impedir", diz.


As atitudes de aceitação ou rejeição social da homossexualidade variaram ao longo da história. Na Grécia e na Roma antigas, era um comportamento socialmente aceitável, especialmente quando envolvia um homem mais velho e um adolescente. A religião judaico-cristã, porém, ergueu pesadas interdições. São Paulo, na epístola aos Romanos, diz que os homens que "se queimam de paixão" uns pelos outros praticam "relações contra a natureza" e são, portanto, vergonhosos. A hipocrisia sempre deu um jeito de contornar as proibições. E o privilégio econômico também se traduzia em vantagens no terreno sexual: o poeta inglês Lord Byron, um ícone do romantismo gótico que gostava tanto de homens quanto de mulheres, observou que todas as perversões que eram condenadas nas classes médias eram perdoadas aos que, como ele, pertenciam à aristocracia. Mesmo assim, esperava-se que os ricos fossem discretos na prática de seus comportamentos "desviantes". O escritor e dândi irlandês Oscar Wilde foi julgado como homossexual porque seu caso com lorde Alfred Douglas se tornara tão conspícuo quanto o extravagante casaco verde-garrafa que ele adorava vestir. Condenado a dois anos de prisão e trabalhos forçados, Wilde se tornou um ícone da causa gay. A punição da homossexualidade como crime ainda vigoraria no século XX, especialmente em contextos autoritários como a Alemanha nazista e a União Soviética. A tendência, porém, foi o comportamento ser tirado do âmbito judicial para ser lançado no terreno médico – ou seja, a homossexualidade passou a ser vista como doença. Foi só nos anos 70, por exemplo, que o DSM – uma espécie de "listão" de distúrbios psíquicos, utilizado por psiquiatras no mundo todo – excluiu a homossexualidade de seu catálogo de distúrbios psicológicos.



HOMOSSEXUALISMO NA ARTE

O deus Júpiter se disfarça em mulher para seduzir a ninfa Calisto (foto), no quadro do pintor flamengo Rubens (1577-1640); o poeta Lord Byron fazia apologia da bissexualidade e dizia que o que era aceitável para a aristocracia nem sempre valia para as classes mais baixas; as esculturas romanas exaltavam a beleza do corpo masculino .


A última década viu as mudanças culturais em relação à sexualidade se acelerarem de maneira marcante. Isso é perceptível na televisão – a maior caixa de ressonância do pensamento e dos hábitos contemporâneos. A comediante americana Ellen DeGeneres assumiu sua homossexualidade em público em 1997, no auge do sucesso de uma série que estrelava, e, desde então, a TV americana vê crescer a cada ano o número de produções que abordam o universo gay. Há séries leves como Will & Grace e apimentadas como The L Word, sobre um grupo de lésbicas glamourosas de Los Angeles. No Brasil também há mais liberdade. Novelas como Mulheres Apaixonadas e Senhora do Destino trataram recentemente do lesbianismo sem causar rejeição. Nessa última, Aguinaldo Silva levou a trama até onde nenhum noveleiro havia ousado: o par formado pelas atrizes Mylla Christie e Bárbara Borges chegou a dividir a mesma cama e a adotar uma criança.


Retratar a homossexualidade, contudo, é diferente de assumi-la – mais ainda da maneira como Ana Carolina faz. O preconceito ainda é uma realidade, e as dificuldades para "sair do armário" continuam passando pelos mesmos pontos sensíveis: o medo do impacto junto à família e no trabalho. "Profissionais de qualquer tipo, mas principalmente os que lidam com o grande público, tendem a adiar a decisão de assumir para não se prejudicarem", diz Sônia Alves, diretora do instituto DataGLS, que pesquisa o público gay. "Ainda não é fácil se assumir. Se fosse realmente fácil, teríamos um monte de atrizes e cantoras se revelando homossexuais", diz o escritor e militante João Silvério Trevisan.


Para o psicólogo Ritch Savin-Williams, professor da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, já está em andamento a revolução que falta – aquela que vai substituir o escândalo em torno das diferenças sexuais por uma saudável naturalidade ou até mesmo pela indiferença. Savin-Williams, que pesquisa há mais de vinte anos as implicações sociais do comportamento gay, acaba de publicar o livro The New Gay Teenager (O Novo Adolescente Gay), no qual defende a tese de que os jovens contemporâneos estão "dando um fim à era da identidade sexual". Em suas palavras, uma parcela considerável dos adolescentes de hoje em dia "não se sente embaraçada pela ambigüidade sexual, não a considera desviante e a percebe por todos os lados". Segundo o pesquisador, o uso de categorias sexuais para separar, isolar ou discriminar estaria diminuindo de maneira acelerada. "Para muitos jovens, ser rotulado como gay já não importa muito. Os adolescentes cada vez mais redefinem, reinterpretam e renegociam sua sexualidade de tal forma que possuir uma identidade gay, lésbica ou bissexual praticamente não tem significado", disse ele a VEJA.



DA VIDA PARA A FICÇÃO

O seriado The L Word (à esq.), exibido pelo canal de TV paga Warner, fala do cotidiano de um grupo de lésbicas. À direita, Jenifer e Eleonora, o casal gay da novela Senhora do Destino, da Rede Globo: a audiência aprovou


Pesquisas recentes têm revelado mudanças importantes na maneira como os jovens vivenciam a própria sexualidade. Um levantamento recém-concluído com 10.260 homossexuais brasileiros mostra que hoje eles se assumem mais e mais cedo. Realizado por meio da internet pelo DataGLS, o censo mostra que 73% dos gays entrevistados se assumiram antes dos 24 anos. Ritch Savin-Williams apresenta dados ainda mais espantosos sobre os Estados Unidos. Ele revisou mais de uma dezena de estudos que demonstram que a idade média em que as pessoas se dão conta de desejos homossexuais (ou os assumem para si mesmas) caiu nas últimas décadas. Ela era de 14 anos para meninos e 17 anos para meninas, na década de 60. Nos anos 90, passou a ser de apenas 10 anos para garotos e 12 para garotas.


Neste ano, a MTV brasileira patrocinou uma pesquisa sobre o universo jovem que também traz informações curiosas. Dos 2.359 moradores de sete capitais brasileiras com idade entre 15 e 30 anos ouvidos durante a enquete, 40% disseram se incomodar com a visão de dois homens se beijando. Caso sejam duas mulheres, o índice é de 31%. São números consideráveis, mas não expressam uma maioria. A abertura para experimentações tornou-se um traço marcante do comportamento jovem – e aí se incluem tanto a experimentação heterossexual, como no hábito de ficar com diversas pessoas durante uma balada, quanto a homossexual. Uma das teses levantadas pela pesquisa da MTV é a de que existe um aumento da tolerância, mesmo que não da aceitação, relativamente aos gays. Outros entrevistados chegaram a cogitar até mesmo da existência de uma "moda" em torno do comportamento gay ou, ao menos, ambíguo. "Antigamente você podia até ter vontade, mas não chegava a fazer. O que acontece agora é que há muita abertura para experiências", disse uma jovem de classe média de Salvador. Transformações marcantes seriam visíveis entre as meninas. Garotas de 13 a 17 anos, por exemplo, têm "testado" com freqüência o beijo entre amigas. Como observam os psicólogos – inclusive para tranqüilizar pais preocupados –, essa atitude não significa que as meninas sejam ou venham a ser necessariamente lésbicas. Beijar uma amiga é mais um indício de liberdade, de ausência de preconceitos e do desejo de não se deixar capturar por nenhum rótulo.


"As mudanças em direção a uma maior aceitação da diversidade estão em andamento. Não há volta para isso", diz Savin-Williams. Segundo ele, as atitudes negativas em relação à homossexualidade ainda terão eco por bastante tempo, mas são contrabalançadas pela percepção de que é cada vez mais custoso e fútil manter de pé velhas barreiras. Ana Carolina é ícone de uma geração que está deixando para trás o peso de um preconceito ancestral. Obviamente, constatar isso, e compreender essa nova visão naturalizada da sexualidade, não equivale a incentivar nem muito menos a convidar todos a uma vida gay. Como diria o intelectual brasileiro Roberto Campos, parodiando os lordes ingleses: "Agora que tornamos a homossexualidade aceitável, não precisamos dar o último passo e torná-la obrigatória".


Fonte: Veja online

domingo, 27 de novembro de 2005

Duas versões para a mesma canção

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Imagine a situação seguinte. Ana Carolina aproveita um dia do outono paulistano para ir ao cinema. O filme escolhido foi o belo “Closer — Perto demais”, do diretor Mike Nichols, uma história de amor, de relações, traições entre dois casais formados por Julia Roberts, Jude Law, Natalie Portman e Clive Owen. A cantora se encanta com a música e resolve fazer uma versão para “The blower’s daughter”, do badalado Damien Rice. A uns 400 quilômetros dali, numa salinha do Leblon, no Rio de Janeiro, Simone tem a mesma idéia e encomenda para a amiga Zélia Duncan uma versão da mesma canção. E o mais curioso: as duas chegam ao mercado no mesmo momento.


A versão de Zélia, “Então me diz”, faz sucesso na novela “Belíssima”, da Rede Globo, embalando romance da personagem Julia, vivida por Glória Pires, e André, por Marcello Antony. A de Ana Carolina, “É isso ai”, integrará o álbum que ela lança mês que vem juntamente com Seu Jorge e está estourada nas rádios.


Nenhuma das duas cantoras reivindica a originalidade da idéia, que, pensando bem, não chega a ser tão original assim; mas esta é, possivelmente, a primeira vez que duas versões da mesma música chegam ao mesmo tempo ao mercado.


Nem Mariozinho Rocha tinha visto algo parecido. Esta coincidência surpreende até mesmo o poderoso diretor musical da Rede Globo, Mariozinho Rocha, que se encantou, assim como o autor Silvio de Abreu, quando recebeu a versão de Zélia Duncan. Ele diz que em toda a sua vivência na televisão nunca tinha visto algo parecido. — É muito raro quando duas cantoras gravam a mesma canção, mas isso ainda acontece. Agora, duas versões diferentes da mesma música eu nunca vi. Aliás, eu nunca tinha visto algum artista autorizar a gravação de duas letras diferentes — conta.


Mariozinho diz que desconhecia a versão de Ana Carolina, por isso não houve escolha entre as duas músicas. — A da Ana Carolina chegou depois às minhas mãos e, mesmo que eu quisesse, não seria ético deixar de gravar a da Simone, que já estava escolhida. Gosto muito do resultado das duas. A da Simone, mais romântica; a da Ana, mais vigorosa — define. — Mas eu realmente não imaginava.


A empresária da Ana Carolina disse que ela não iria gravar este ano, tanto que lançamos, pela Som Livre, uma coletânea dela na série Perfil. Acredito em uma grande coincidência, pois as cantoras envolvidas são muito cuidadosas com suas carreiras.


E Ana Carolina não iria mesmo gravar este ano. Mas, ao receber um convite de Seu Jorge para um show em parceria no projeto Tom Acústico, da casa Tom Brasil, em São Paulo, aceitou na hora. O resultado foi a gravação de um CD e DVD. E lá estava a versão da música de Damien Rice... — Vi o filme e fiz essa versão no inicio do ano. Acho o Damien Rice um cara incrível. Mostrei-a para o Jorge, que gostou, e a incluímos no roteiro. Gravamos os shows, e a música foi um sucesso espontâneo. Fui saber da versão do disco da Simone pouco tempo antes de ela entrar na novela — diz. — Foi realmente uma coincidência. Nunca vivi algo parecido. Mas também não vejo problema. A música é linda e quem ganha é o público.


Simone conta que, poucos dias depois de ver o filme, já com a idéia na cabeça, recebeu a visita de Zélia e pediu uma letra. — Na mesma hora Zélia começou a escrever os primeiros versos. Ela é de uma criatividade impressionante. Nunca vi algo parecido acontecer, mas o quem eu posso fazer? Fiquei e ainda estou chateada, não com a Ana Carolina, claro, já que acho mesmo que foi uma coincidência, mas com a situação — explica. — A letra da Zélia é perfeita. Procuramos respeitar a melodia, traduzir o sentimento do autor.


Simone não cantou a música na gravação do CD e DVD, também em agosto, ao vivo, no Teatro João Caetano, mas a incluiu como faixa-bônus. Zélia acha que houve descaso de Damien Rice . Zélia Duncan também põe panos quentes na história. Mas não perdoa o autor, Damien Rice, que, para ela, agiu com um certo descaso. — Fiz a música com o maior carinho e ficamos um tempão esperando a autorização do autor, que mostrou um descaso com sua música e com um país que certamente não lhe interessa. Acho também que foi obra do acaso, uma enorme coincidência. Quanto a duas pessoas gravarem a mesma música, não acho nada demais, cada um faz sua leitura — explica. — Aliás, a melhor coisa da história toda é ver que as pessoas têm muitas opções.


As versões, assim como as interpretações, são radicalmente diferentes. O curioso é que as três, Ana Carolina, Simone e Zélia, fizeram muito sucesso com versões. Ana Carolina estourou nacionalmente com “Quem de nós dois”, versão para “La mia storia tra le dita”, do italiano Gianluca Grignani, do disco “Ana Rita Joana Iracema e Carolina”. Zélia tinha muitos anos de estrada em 1995, quando “Catedral”, letra sua e de Christian Oyens para “Cathedral song”, de Tanita Tikaran, tornou-a popular. Já Simone tem em seu currículo, entre outras, “Então é Natal”, sobre “Happy xmas (War is over)”, de John Lennon e Yoko Ono.


Fonte: o Globo

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Ana Carolina, lá no último andar

Foi no nono dia do mês de setembro há 31 anos, num cantinho tranqüilo de Juiz de Fora. Veio à luz Ana Carolina Souza, uma virginiana, geniosa e instável como tal. Apenas dois meses depois faleceu seu pai, e a Música preencheu-lhe o posto e cedeu seu largo ombro para aliviar qualquer dor. A avó cantava em rádio, os tios-avós eram músicos, nada mais natural do que correr melodia no sangue. Em casa, os vinis eram quem mandavam e D. Aparecida, sua mãe, cantarolava pelos cômodos sucessos de Dalva de Oliveira. Ana treinou os ouvidos com Cartola, Geraldo Pereira, Lupicínio... e não à toa herdou dos antigos mestres do samba a inquietação da batucada. A menina já fazia do salão de cabeleireiro da mãe o seu palco, fingia ser microfone um simples rolo de cabelo e cantava versos de Caetano e cia.


Com a idade de apenas uma dúzia de anos, começou a tocar violão, assim de ouvido, inspirada pelo também mineiro João Bosco. Com o pandeiro também foi assim: aos 19 ouviu os batuques de Marcos Suzano, no disco Olho de Peixe, e quis tocar igual. Pegou um jeitinho aqui, outro acolá, e inventou seu próprio estilo. O cantar foi só conseqüência. E quem dera todas as conseqüências fossem tão sublimes assim... Começou profissionalmente na 18ª primavera, nos barzinhos da cidade, e o repertório era Jobim, Chico, Ary Barroso e mais quinhentos clássicos. Nesse cenário, Ana conhecera Luciana David, àquela época uma estudante de Comunicação, que gostou do que ouviu e se tornou sua eterna empresária. Para variar, surgiram convites de mais bares nas cidades vizinhas e lá iam elas a bordo de uma boa e velha Parati... As composições ficavam na gaveta, escondidinhas debaixo de um complexo de inferioridade.


Contudo, a preocupação com os estudos não minguou. Ana fez cursinho pré-vestibular e ingressou no curso de Letras, na Universidade Federal de Juiz de Fora. Ao mesmo tempo, convidaram-na para shows maiores, como um no Teatro Municipal com produção da atriz Zezé Motta e a abertura do concerto da Orquestra Internacional de Ray Conniff, em 97. Depois de um dos muitos shows em Belo Horizonte, um rapaz chegou ao camarim com a letra de uma música, que compôs enquanto a assistia. Ele era o compositor gaúcho Totonho Villeroy e se tornaria um dos seus melhores amigos e parceiros, a música era "Garganta", traduzia muito bem sua personalidade e seria seu primeiro sucesso. "Depois me lembrei que conhecia Totonho, eu tinha ido a um show dele no Rio, no Mistura Fina, e adorei, tanto que comprei os dois discos independentes dele”*, lembra ela.


ana_carolina 6Ia algumas vezes ao Rio, lugar pelo qual nutria uma paixão confessa, e muitas vezes ficava hospedada na casa da amiga Cássia Eller. Até que desembarcou naquela cidade, em fins de 98, num capítulo decisivo para dar uma guinada nos rumos dessa sua biografia. Apresentou-se no Hipódromo e no famigerado bar Mistura Fina, e na platéia deste último estava uma outra Luciana, de sobrenome famoso: a rebenta de Vinícius de Moraes. Uma fita demo nas mãos da moça bastaria. Depois de quinze dias, com propostas de duas gravadoras acumuladas nas mãos, Ana já estava sentada assinando com a BMG. Mudou-se imediatamente para o Recreio dos Bandeirantes, abandonou o sexto semestre da faculdade e começou a produção do seu primeiro CD, Ana Carolina, que chegou às lojas em abril do ano seguinte. Ana cercou-se de grandes músicos, assinou arranjos, tocou guitarra em algumas faixas, colocou 5 ótimas composições suas, gravou a música de Totonho e regravou duas de Chico ("Retrato em Branco e Preto" e "Beatriz"), seu ídolo-maior e por quem foi imediatamente convidada para emprestar a voz a duas belíssimas músicas do Songbook Chico Buarque, “Mil perdões” e “Eu te amo”.


Naquele mesmo ano, encaixou duas músicas em novelas das 7 da TV Globo. "Garganta" foi parar em Andando nas Nuvens e "Tô Saindo" parou na sucessora, Vila Madalena. A primeira estourou nas rádios de todo o país, fez Ana despontar e provocou uma extensa turnê. "Nada pra Mim" - uma inédita composta por John, do mineirinho Pato Fu - integrou a trilha de Malhação, em 2000, mesmo ano em que veio a surpreendente e merecidíssima indicação à primeira edição latina do Grammy, na categoria brasileira de melhor álbum pop contemporâneo. O prêmio quem abocanhou foi Milton Nascimento, por Crooner, mas tudo bem. Ana Carolina ainda ganhou disco de ouro pelos 160 mil discos vendidos e foi apontada como "a grande promessa da MPB", comparada com Cássia Eller e Zélia Duncan. Nada mal.



Depois da virada do milênio, em abril de 2001, o segundo CD, Ana Rita Joana Iracema e Carolina, veio mais autoral, com 10 letras de próprio punho. Já chegou às lojas com 100 mil cópias vendidas, ficou duas semanas como o 2º mais vendido no Rio e em Sampa, em 15 dias já foi contemplado com disco de ouro, depois platina, e ultrapassou a marca de 300 mil exemplares. Tanta loucura foi por causa do hit "Quem de nós dois" (versão de Ana e Dudu Falcão para um sucesso italiano dos anos 90), que fez parte da trilha de mais uma novela das 7, Um Anjo Caiu do Céu, e simplesmente foi a música mais executada no país naquele ano! Só quem é surdo não escutou.


No mês seguinte ao lançamento, às cinco da manhã de 1º de maio - uma data trágica desde 1994 -, Ana saía do apartamento de Paulinho Moska no Leblon em direção ao seu, na Barra, quando na Av. das Américas perdeu o controle do seu Mercedes Classe A, que se espatifou contra um poste. Ainda lúcida, foi resgatada por uma ambulância do Corpo de Bombeiros e internada na UTI do Hospital Barra D'Or. Houve fratura da tíbia e um corte na cabeça, bem acima da orelha, onde foi necessário dar 30 pontos e raspar uma pequena parte do couro cabeludo. Por sorte, nada grave. Ufa... O início da turnê do disco precisou ser adiado, mas a cantora voltou logo ao batente e, mesmo um pouco podada pelo gesso na perna esquerda, fez shows inesquecíveis.


ana_carolina 5Êita ano corrido! Veio "Ela é Bamba" na novela seguinte, As Filhas da Mãe; duas composições ("Velas e Vento" e "Margem da Pele") para a trilha do filme Amores Possíveis, de Sandra Werneck; música-tema ("Grito Sozinha") no filme Condenado à Liberdade, de Emiliano Ribeiro; convite para uma participação especial cantando “Mama Palavra” no álbum de João Bosco, Na Esquina Ao Vivo; e a composição de "Pra Rua me Levar" a pedido de ninguém menos do que Maria Bethânia para o disco desta, Maricotinha. Em outubro do ano seguinte, gravou um CD com versões em espanhol dos sucessos "Quem de nós dois", "Garganta" e "A canção tocou na hora errada", visando o mercado da parte norte da América.



Em agosto de 2003, seu terceiro filho, batizado de Estampado, vem ao mundo. A mãe, orgulhosa, diz que ele tem a sua cara. O caçula é mais rock'n'roll, o violão nervoso de Ana guia todos os seus batimentos, e os gritos são mais do que confissões: uma rajada de voz vem bombeada pelo coração. São 13 canções próprias e novos parceiros, como Chico César e Seu Jorge, que introduzem seus DNAs e deixam o rebento bem mulatinho e cheio de suingue. Emplaca hits em três novelas das 8 consecutivas: a baladinha "Encostar na tua" em Celebridade; a explosiva "Uma louca tempestade" em Senhora do Destino; e a calminha "Pra Rua me Levar", atualmente em América. Além dessas, "Nua" integrou a trilha de Como Uma Onda, novelinha das 6. É o bastante para alavancar a venda de quase 500 mil CDs e deixá-lo 80 semanas seguidas no ranking dos mais vendidos. Até o “eu vou de escada pra elevar a dor”, refrão do carro-chefe “Elevador”, mesmo com o trocadilho - maldito para alguns -, grudou que nem chiclete na boca do povo.





Lança então 2 DVDs, ambos platinados, com venda superior a 50 mil cópias cada. O primeiro é Estampado, um documentário que contém os bastidores da gravação do disco, a fase de composição, gravação e finalização, bate-papos com João Bosco, Chico Buarque e Maria Bethânia, uma reunião entre amigos animadíssima no apartamento da cantora, a composição grupal de "Perdi, mas não esculacha", leitura de um texto da escritora Elisa Lucinda, performance de voz e violão no estúdio, além de um pequeno show ao ar livre, no Largo da Carioca, Rio. Tudo dirigido pela fotógrafa Mari Stockler (do documentário Gaivota, 99). Meio frustrante para quem quer mais música e menos conversa.




ana_carolina4Para agradar a gregos e troianos, vem o segundo: Estampado - Um Instante Que Não Pára, totalmente incendiário. Gravado num Claro Hall lotado com 9 mil histéricos, apresenta uma versão chiquérrima do show de divulgação do disco, com direito a quarteto de cordas, à harpa dulcíssima de Cristina Braga e versos de E. E. Cummings e Benjamin Constant. Isso tudo além da versão caprichada de "Vestido Estampado" só com voz, violoncelo e isqueiro, de arrepiar qualquer mortal que já deixou ou foi deixado. E mais: "Sinais de Fogo", composta para a amiguinha Preta Gil, "Outra Vez", lindíssima versão do clássico do Rei, e "Eu Gosto é de Mulher", sucesso de 20 anos atrás do Ultraje a Rigor, agora transformado em discurso gay. Sucesso absoluto. Na parte interativa, um making of e uma rápida brincadeira intitulada "Onde está Ana?", em que a cantora se infiltra disfarçada na platéia, minutos antes de subir ao palco, e passeia incógnita entre a histeria e ansiedade dos milhares de fãs. Gol de placa da diretora Monique Gardenberg (do filme Benjamim, 2004).

Em 2005, chegou ao mercado Perfil, uma coletânea de sucessos que logo alcançou o lugar mais alto no ranking dos mais procurados, com mais de 320 mil exemplares desaparecidos das lojas. Ana também assina "Ultra-Leve Amor", primeira música de trabalho do novo CD de Jorge Vercilo, Signo de Ar, além de outra faixa, "Abismo". Em shows recentes, já apresentou composições novas, como "Notícias Populares" (anti-violência, após o vidro de seu carro ser atingido por uma bala perdida), "Unimultiplicidade", parceria com Tom Zé anti-corrupção, "É Isso Aí" (versão para o sucessão "The Blower's Dawghter", do irlandês Damien Rice) e "Eu Gosto de Homens e de Mulheres", confissão bissexual para contrabalançar a polêmica música do Ultraje, e que entrará no próximo disco, prometido para 2006. Sobre as comparações com a música "Meninos e Meninas", de Renato Russo, Ana Carolina discorda: "O meu é mais adulto, são homens e mulheres. Meninos e meninas na verdade eu não gosto"*, diverte-se.

* entrevistas concedidas ao jornal O Globo

Fonte: Poppycorn

sábado, 10 de setembro de 2005

Ana Carolina comemora aniversário em show no Rio

Ana Carolina ganhou um bolo de aniversário


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Ana Carolina fez do show de Caetano Veloso e Milton Nascimento, na noite de quinta-feira (8), parte da comemoração de seu aniversário. A cantora completou seus 30 anos na data e foi festejar com os pais, Orlando e Aparecida*, e com amigos no Canecão.

- Foi um grande presente! Sou fã dos dois. Já toquei música do Caetano e do Milton em meus shows. Eles fazem parte da minha influência, como artista nova que sou. É muito bom ser brasileira porque a gente pode ter a influência desses mestres, elogiou a aniversariante.


Após a apresentação, amigos de Ana Carolina, como Preta Gil e Daniela Mercury, puxaram o tradicional Parabéns para Você e literalmente fizeram a festa com a cantora. Beijos, abraços e algumas risadas depois, Bruno Gagliasso se juntou ao grupo e, animado, puxou novamente a canção de parabéns.



- Vamos comemorar, disse o ator aos pais da cantora.

O grupo decidiu estender a noite na festa organizada pela produção do show, que marcou o lançamento da trilha sonora do filme O Coronel e o Lobisomem. Durante o coquetel, Ana Carolina foi homenageada de novo, desta vez, com direito a um bolo


Fonte: Babado


*Obs:O pai de Ana Carolina morreu quando ana tinha apenas dois meses. Orlando deve ser um amigo da família




Equipe Donana Carolina

domingo, 14 de agosto de 2005

Ana Carolina toca música inédita

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Quem estava no Tom Brasil em São Paulo neste final de semana pôde conferir muito mais do que músicas de Ana Carolina e Seu Jorge. No palco os artistas interpretaram grandes sucessoas das carreiras, cantaram juntos e animaram o público paulistano.Mas para os fãs da cantora Ana Carolina, a apresentação foi de grandes surpresas. Depois de ter colocado nas lojas o disco “Estampado” de 2003, mais recente trabalho, a mineira cantou pela primeira vez uma música inédita.

Mesmo sem adiantar se a canção fará parte de seu próximo repertório, Ana Carolina contou ao público qual foi sua grande inspiração para compô-la. A letra foi feita depois que a cantora sofreu um assalto no Rio de Janeiro há dois meses e teve o vidro do seu carro acertado por um tiro. Com o título de “Noticias Populares” a música caiu no gosto do público.

Fonte: Canal Pop

sexta-feira, 12 de agosto de 2005

Tom Acústico - Seu Jorge e Ana Carolina

O Tom Brasil Nações Unidas abre espaço para o projeto Tom Acústico, que reúne artistas de diferentes gêneros musicais, mas com grandes afinidades. A idéia é promover, a princípios mensais, entre nomes conhecidos da nossa música fazendo espetáculos em um formato mais intimista e bem diferente do que normalmente fazem em seus próprios shows.


Segundo Maitê Quartucci e Márcia Alvarez, programadoras do Tom Brasil, a idéia surgiu em conversas informais de camarim. "Fomos percebendo o prazer que os artistas têm em cantar músicas que não fazem parte do seu repertório habitual e também em dividir o palco com outros artistas com quem têm afinidades", explicam. "Além disso, o show acústico possibilita que os artistas mostrem suas canções de uma forma mais próxima à maneira com que foram criadas, sem a utilização de instrumentação", completam.


E a primeira edição do projeto, que acontece nos dias 12 e 13 de agosto, apresentará Seu Jorge e Ana Carolina.


Para a cantora a iniciativa do Tom Brasil de organizar esse projeto só tem a acrescentar na carreira de qualquer artista. Já Seu Jorge acredita que trabalhos como esse sempre criam oportunidades para divulgar a música brasileira.



A dupla canta seis músicas cada um e seis músicas juntos, dentre elas Carolina (do Seu Jorge), O Beat da Beata (de Ana Carolina e Seu Jorge) e Cotidiano (de Chico Buarque). Ana Carolina fará em sua participação solo, uma música inédita, chamada Unimultiplicidade, composta com Tom Zé e que fala sobre a corrupção na política brasileira.O cenário com flores reais e luz do Fábio Scheffer.

Fonte: NecNews - Redação Brasil

sábado, 9 de julho de 2005

As faíscas de um encontro explosivo

ana e jorge


Ana Carolina conversa animadamente, enquanto Seu Jorge, sentado em um canto de um sofá, olha para o lado. Os dois estão promovendo o disco e DVD “Ana & Jorge ao vivo” (Sony&BMG), mas uma divergência quanto ao figurino teria gerado uma briga — os dois já se envolveram em confusões do tipo antes — e a dupla parou de se falar.


Vai ser tenso — avisa a empresária Marilene Gondim.



A tensão dura na espera pelo atrasado Seu Jorge, e vai até a frase de Ana Carolina:
Você sabe que nós não estamos nos falando, né ? — pergunta ela. — Nós nos tornamos inimigos mortais.

É tudo somente sexo e amizade — emenda ele, de bate-pronto, iniciando a primeira sessão de gargalhadas. — Nosso único duelo está na música “Comparsas”, uma espécie de embolada em que apresentamos um ao outro.




Espontaneidade e política marcam o show

Explosivos, cheios de opiniões e eventualmente arrogantes, os dois destacam dois aspectos do novo projeto: a espontaneidade e a política.
Montamos o show sem pensar em CD, DVD, nada disso — diz Jorge. — Minha idéia inicial era bater uma carteirinha (gíria para “ganhar algum dinheiro”) no Tom Brasil, que me chamou para um show acústico, onde eu poderia ter um convidado. Chamei a minha cumádi Ana Carolina e consegui uma ótima visibilidade graças a ela. Seriam só dois shows, que ensaiamos na garagem da minha casa.

Quando a procura por ingressos fez a casa marcar mais uma data, e depois outra, veio a idéia de registrar os shows.
Fizemos isso nós mesmos, para nós mesmos — conta Ana, que bancou a gravação em parceria com Seu Jorge.



O parceiro, como sempre, tem uma percepção própria.
A gravação era para os nossos filhos, os que eu já tenho e os que a Ana pode vir a ter — diz ele. — Mas tudo funcionou tão bem, o público gostou tanto, que seria bobagem não lançar o registro.

No show, os dois resolvem tudo sozinhos, em diversos instrumentos. Há apenas uma participação, da violoncelista Flávia Mascareño.
É importante mostrar que a gente se garante — diz Jorge. — Podemos não ser os melhores instrumentistas, mas fica um show redondo.
Ana é a primeira a destacar um suposto lado político.

É importante a gente incentivar o debate — avalia ela. — Fiz a música “Brasil corrupção (Unimultiplicidade)” com o Tom Zé muito antes de a crise política pegar fogo. Temos que falar nisso sempre, não só quando há problemas ou perto das eleições.



O papo político-social é uma das especialidades de Jorge.
Temos que discutir as bases da unidade do povo brasileiro — discursa ele. — Não só os negros, ou os nordestinos, ou qualquer categoria ou classe social, mas o povo brasileiro. Temos uma credibilidade que os políticos não têm. O público gostaria de nos ouvir cantando só sobre o amor, mas nossa responsabilidade é maior.

Por isso ele incluiu o samba “Problema social”, antigo sucesso de Neguinho da Beija-Flor que conta a história de um menino pobre como ele.
— Além de me identificar com a letra, homenageio um dos autores, o Guará, uma promessa do samba que acabou assassinada — diz ele, atual morador de São Paulo. — Estou adorando. São Paulo também é Brasil, vamos combinar, né ? Aliás, é o coração do Brasil. Amo o Rio, mas não tenho saudades das praias nem do Arpoador. Não vim de lá, vim da Baixada Fluminense.

Ele se prepara para mais um ano cheio, o que deve sepultar as chances de mais shows:
Tenho que gravar um disco para o Brasil e outro para os EUA — conta ele. — E pelo menos três filmes, no Brasil, na Venezuela e na Espanha. Sou um ator brasileiro negro, tenho que aproveitar a demanda pelo meu trabalho.

Fonte: O globo

segunda-feira, 28 de março de 2005

Ana Carolina é premiada

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A cantora recebeu disco de platina pelos seus DVDs. Para receber tal certificado pela obra, no caso DVD, o artista precisa ter alcançado uma vendagem mínima de 50 mil cópias. “Estampado”, lançado em Outubro de 2003, vendeu até o momento 60 mil cópias, enquanto que “Estampado – Um Instante Que Não Pára”, lançado em Novembro do ano passado, atingiu 50 mil unidades. A cantora recebeu os prêmios na noite desta última segunda-feira, dia 28, no Rio de Janeiro.

Fonte: Canal Pop

No tom de Ana Carolina

A cantora Ana Carolina entra em estúdio ainda este ano para gravar seu quarto disco, já com uma música inédita, Eu Gosto de Homens e Mulheres, estourada em show. Mas a idéia de Ana é lançar o CD somente em 2006. Afinal, Pra Rua me Levar, faixa do CD anterior, Estampado, entrou na trilha de América.


Nesta segunda-feira, 28, a cantora Ana Carolina recebeu vários amigos no restaurante Zero Zero, no bairro carioca da Gávea. Na ocasião, Ana foi premiada com dois discos de platina pelas 100 mil cópias vendidas de seus dois DVDs – Estampado e Estampado, Um Instante que não Para -, num coquetel oferecido a ela.



anadiscosOs prêmios foram entregues à cantora pelo presidente de sua gravadora, a Sony BMG, Marcelo Schiavo, numa noite que consagrou a paixão de Ana pelo trabalho:
“Eu amo trabalhar e estou muito feliz com esse sucesso. Ele é importante porque é conseqüência de muito trabalho. Tenho orgulho de fazer o que gosto e sei que isso é raro nos dias de hoje. Me sinto realizada por isso”.

Abraçada por dezenas de amigos, como Adriana Esteves, Latino, Leonardo Vieira e Jorge Vercilo, Ana, de paletó preto, calça jeans e os longos cabelos soltos até o meio das costas, não escondeu que a música está em primeiro lugar em sua vida:
“Qualquer assunto para mim vira música. Estou numa fase muito rica e criativa. Costumo fazer saraus em minha casa e é assim que nascem muitas parcerias”.

Ela apontou as telas espalhadas pelas paredes do Zero Zero e revelou:
“Essas telas são minhas. Toda música que faço eu completo com uma tela, e elas acabam indo para a casa de amigos. Assim que tiver mais pinturas, faço uma exposição. Sei que meu trabalho não é academizado, mas é livre e é sentimento”.

A decoração do restaurante era à luz de velas, com bancos, mesas e cadeiras de madeira espalhados, que davam um ar de elegante descontração ao ambiente. Tanto ali como na parte interna da casa, dois telões exibiam Ana Carolina em shows, cantando na intimidade e em cenas domésticas.



Convidados famosos

Entre os amigos que foram abraçar a cantora uma das mais animadas era a atriz Adriana Esteves, que vai viver Heloísa, em A Lua Me Disse, de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, próxima novela das sete da TV Globo. A atriz falou de sua amizade com Ana Carolina:
“Sou fã e amiga de Ana Carolina. Adoro o repertório dela. Mas uma das que mais me marcou eu ouvi e gostei antes mesmo de conhecer a Ana. É a canção Quem de Nós Dois, primeiro sucesso dela, versão de uma música italiana. É muito bonita e fala ao coração".

O ator português Ricardo Pereira, o Daniel de Como Uma Onda, da TV Globo, também fez questão de abraçar a amiga:
“Quando a conheci achei-a muito simpática e com uma música maravilhosa. Fui revê-la no Canecão, tempos atrás. Além disso, gosto muito da canção que ela canta na trilha sonora de Como Uma Onda, o tema de Nina, que se chama Nua. Portanto, tinha que vir aqui hoje".

O cantor e compositor Jorge Mautner falou de sua ligação musical com Ana Carolina:
“Me identifico demais com a Ana Carolina, com a grande cantora que ela é. Costumo freqüentar seus saraus, que são maravilhosos. Ana é muito espiritual. E um verdadeiro vulcão”.

Ana Carolina, que esteve acompanhada pela mãe, Aparecida, contou que, por enquanto, não pretende fazer show no Rio. Muito feliz com a premiação, ela dividiu a noite com os que foram abraçá-la, como Aleh Ferreira, cantor e compositor, autor da música-tema do seriado A Diarista, da TV Globo, o DJ Zé Pedro, Latino, Jorge Vercilo, João Donato, Nelson Jacobina, a atriz Ilde Silva, o vice-presidente da Sony BMG, Kevin Ridler, a atriz Ana Beatriz Nogueira, o ator Leonardo Vieira e a amiga Karabachian, entre outros.



O fundo musical da noite de premiação incluiu, entre outras canções, o repertório mais conhecido da cantora, como Garganta, Encosta na Tua, Quem de Nós Dois, Sinais de Fogo – que ela deu para Preta Gil gravar -, Nada pra Mim e Uma Louca Tempestade.

Fonte: O Fuxico

sábado, 22 de janeiro de 2005

Ana Carolina reestréia Estampado no Rio

A cantora homenageou o dia de São Sebastião do Rio de Janeiro


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Ana Carolina reestreou Estampado, seu terceiro CD, no Canecão, no Rio de Janeiro. O show aconteceu no dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, padroeiro da cidade. A cantora não deixou de homenagear o lugar que a acolheu de braços abertos: "Esse dia é muito especial. Quero pedir união e pensamento positivo, para que a violência não se torne maior que a beleza desta cidade", ressaltou. Ela aproveitou a oportunidade e dividiu o palco com seu parceiro e amigo Totonho Villeroy, em São Sebastião, canção composta por ele.


Depois de rodar pelo País e passar pelos Estados Unidos, nem mesmo a noite chuvosa afastou os fãs ardorosos, que acompanhavam a cantora em suas canções. O repertório incluiu novos arranjos para velhos hits, como Quem de Nós Dois, Nada Pra Mim; sucessos recentes como Uma Louca Tempestade, Encostar na Tua, Nua, Elevador; e a inédita Homens e Mulheres. "Essa música é a resposta da Eu Gosto de Mulher (canção do Ultraje a Rigor que Ana incluiu em sua turnê), que deu o que falar", explicou a cantora.


Ana aproveitou que sua platéia estava repleta de famosos e chamou ao palco o seu amigo Aleh, cantor, arranjador e compositor. Sua música é influenciada pela black music sem perder a brasilidade. Seu estilo pode ser definido como mpbsoulsambagroove, que é também o título do seu CD lançado pela Nikita Music, que inclui grooves/levadas dançantes à MPB por meio de seus arranjos de base e metais inspirados em suas principais influências (de Cartola a James Brown, de Cassiano a Marvin Gaye). Ele cantou sua música Ela é dona do jogo, que abre o programa A Diarista, da Rede Globo. Juntos cantaram Isso aqui, o que é?, canção de Ary Barroso que reverencia o Brasil.


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Fonte:Revista Paradoxo