Ela é um amor. Quem vê de longe não percebe que aquela mulher grandona, adepta de roupas neutras, quase masculinas, é um poço de emoções. Já quem vê de perto, como os felizardos que encheram o Teatro do Bourbon Country na noite de sexta-feira, percebe que Ana gosta é de rosas (mesmo que sejam vermelhas).
Às 21h lá estava ela, com a já inconfundível voz grave, executando a primeira das 20 músicas que cantaria. Dando significado ao nome do show – Ana Carolina Trio –, a cantora entrou acompanhada de Sacha Amback (piano, teclado e programações), Vinícius Rosa (guitarra, violão e cavaquinho) e Leonardo Reis (bateria e percussão). O grupo pequeno dá oportunidade de Ana mostrar sua versatilidade com os instrumentos – ela tocou baixo, violão, piano e pandeiro. Abriu com Fever, fechou com um bis de Eu Comi a Madonna. No meio, uma passagem por canções recentes, como Rosas, Carvão e Tolerância, mescladas a sucesso mais antigos, caso de É isso aí (que ela em certa altura trocou por “Sou bi e daí?”), Quem de Nós Dois e Garganta.
Se a performance ao estilo "voz e violão" fazia a platéia cantar, era quando Ana largava o instrumento e se dedicava só ao microfone, sem pedestal, que a casa pegava fogo. Foi assim com Cristo de Madeira, ponto alto da noite, que a cantora interpretou de maneira catártica – muito bem ajudada pelos telões e jogos de luzes. Ana, aliás, assina a direção do show. Outro destaque foi o duelo de pandeiros em Cabide, canção gravada pro Mart'nália.
A platéia – o público feminino abocanhou cerca de 70% do espaço – era “um espetáculo a parte”, conforme a própria cantora. No intervalo de cada música, surgia um “Ô, gostosa!” aqui, um “Êta, mulher boa!” ali, sempre gritados por mulheres. Ana caía na risada. “Esses gaúchos dão trabalho. Adoro essa terra, adoro esse teatro”. Teve até uma que convidou Ana para conhecer a sua casa. “É só dar o endereço”, respondeu brincando. Ao final, na fila da saída, uma senhora de cerca de 60 anos resumiu o show: “Nossa! Eu quase virei lésbica!”. Tudo por causa de uma certa Ana.
E sábado tem mais...
Fonte: Blogah RS
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