Município ganha destaque no cenário musical com a fabricação de pandeiros, sanfonas, zabumbas e triângulos.
A Rainha da Borborema carrega em sua essência, desde os primórdios de sua geração, a ousadia e a inventividade. Não contente em exportar grandes talentos musicais, Campina Grande agora se destaca no setor da produção de instrumentos. Pandeiros, zabumbas e sanfonas despontam, tendo a excelência como veio principal, ganhando admiradores no Brasil e no mundo.
O campinense João Xavier de Sousa, conhecido no meio musical como "Lanka", certa feita participou de uma apresentação do Clube do Choro em Brasília (DF), em 1986, quando seus amigos contemplaram um dos seus pandeiros artesanais. Impressionados com o esmero encontrado no instrumento, fizeram encomendas e assim começou a carreira de Lanka como luthier.
Hoje, aposentado como artista gráfico, o luthier dedica-se diariamente ao trabalho, confeccionando até seis pandeiros por mês. Provindo de uma família em que a boa música era celebrada intensamente - ele é irmão de Biliu de Campina - Lanka diz que sentia a necessidade de ofertar um bom instrumento àqueles que escolheram o ofício artístico.
Os pandeiros dele são efetuados a partir de madeiras nobres, a exemplo de embuia e pinho europeu, são revestidos de pele de caprinos - o que caracteriza um som grave e veludoso - possuindo na base o latão específico para instrumentos musicais. Artistas de Paris, Barcelona, Nova York, Lisboa e Londres são clientes frequentes de Lanka, sendo que o último pandeiro vendido por ele, foi para a cantora Ana Carolina.
É com afinco e amor que Lanka trabalha na atividade, que virou uma espécie de terapia. O exercício é meticuloso e o artesão possui técnicas próprias de tratar a madeira, parafusá-la e envernizá-la. Cada pandeiro feito pelas mãos hábeis de Lanka custa R$ 550,00. "Prezo especialmente pela leveza, o que proporciona um melhor manuseio e uma maior intimidade com o instrumento", disse. Os pandeiros de Lanka pesam em média 450 gramas, segundo acrescentou.
Veja o vídeo do Luthier lanka
Fonte: Cultura/ Diário de Borborema
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