sábado, 30 de agosto de 2008

'Acredito piamente em meus passos'


Tudo parece continuar a mesma coisa na vida de Ana Carolina, só que com um detalhe: cada vez com mais sucesso. Em turnê com os hits de “Dois quartos”, seu último álbum, a juizforana tem circulado com a performance registrada no DVD homônimo, produzido pelo canal Multishow no início de 2008. “Eu comi a Madonna”, uma das músicas interpretadas por ela, não sai das rádios e ainda dá o que falar entre o público. Mas a receita parece ter dado certo, pois a cantora faturou um Prêmio Multishow em julho deste ano, na categoria melhor show de 2008.


Aos 33 anos, a virginiana Ana Carolina de Souza, que volta a Juiz de Fora neste sábado para matar a saudade dos conterrâneos, conversou, por e-mail, com a Tribuna. Recebida pela cantora e violonista Myllena, no La Rocca, Ana escalou novos e antigos sucessos para a viagem que promete partir de “Encostar na tua” e chegar a “Rosas”, passando por baladinhas como “Pra rua me levar”. Para isso, ela contará com Sacha Amback (teclados e programações), Billy Brandão (guitarra e violão), Leonardo Reis (bateria e percussão), Jussara e Jurema (backings).


Se azeite de trufa é bem-vindo no prato da cantora, Craig David e Björk não saem do seu disk player, o que prova que a mineira tem gosto eclético. Viciada em internet e em andar descalça, ela não curte música com assobio. Talvez, por isso, tenha resolvido entrar solando um contrabaixo durante a abertura do último e tão badalado DVD.



Tribuna - Com relação à formação da banda que virá à cidade no sábado, você já os conhecia?
Ana Carolina - São músicos que gravaram comigo em momentos distintos da minha carreira. Inclusive no meu último CD, “Dois quartos”.

- Você já afirmou que este foi seu melhor trabalho. Por que?
- Sempre acho que o meu melhor trabalho é o último que fiz. Além disso, é o primeiro lançamento do meu selo, Armazém, com distribuição da Sony/BMG.

- Quais as vantagens de ter o próprio selo, como é o seu caso?


-Bom, assim que meu contrato terminou na Sony/BMG, eles queriam renovar comigo para mais 11 anos, o que eu achei seguramente uma loucura. Não dá para ficar presa tanto tempo dentro de uma mesma gravadora nos tempos de hoje, com tanta insegurança e incerteza na indústria. Hoje, o CD não vende mais como antes, a compra pela internet ainda é uma opção duvidosa pra alguns que querem baixar de graça. Enfim, sinto realmente uma grande falta de controle por parte da indústria. Ter um selo significa mais controle sob sua obra, além de ter liberdade para contratar novos artistas por meio do selo.



- Você sempre dá uma canja levando seu som para o samba, inclusive tocando pandeiro. Como o samba dialoga com sua MPB? Quanto de samba tem a musicista Ana Carolina? Tem algum projeto que inclua o ritmo?
- Fiz um samba para a Mart’Nália, o “Cabide”, que virou sucesso após ter entrado em uma novela. Alguns críticos dizem que eu deveria compor mais sambas, mas, na verdade, eu não sou do samba, como todos sabem. Porém, vira e mexe, alguém do samba cruza comigo e pede parceria. O samba não larga do meu pé, que bom!

- Você já foi vista calçando sapato bicolor, como os que sambistas usam. É um novo estilo?
- É apenas um sapato de sambista de que gosto muito. Mais uma vez, o samba me perseguindo.

- O que mais mudou na Ana Carolina de hoje, comparada àquela que começou a carreira tocando em bar em Juiz de Fora?
- Ah, não sou mais tão inocente. Mas, se não tivesse feito o sucesso que fiz estaria, com muito orgulho, tocando na noite, em Juiz de Fora.

- O que você levou daqui?
- Tudo. Juiz de Fora é o meu grande amor. Tantas pessoas com quem convivi e que passaram por mim... Aproveito para agradecer a todos que me ajudaram, direta ou indiretamente. Pessoas que ficaram aqui na cidade, mas que levo na memória e no coração. Minha eterna gratidão por terem me ajudado em meus primeiros passos.

- O que você traz do Rio neste sábado?
- Meu violão e meu laptop.

- Como manter o sucesso de tantos discos frente à crise do mercado fonográfico? Qual a receita para sobreviver?
- O segredo é a verdade. Tudo o que faço, faço com imensa convicção. Acredito piamente em meus passos. Minhas escolhas e o destino se encarregam do resto. A receita para sobreviver a isso é não se preocupar com isso.

- Como foi o início de tudo no Rio?

- A Luciana, filha do Vinícius de Moraes, assistiu a um show meu no Rio de Janeiro, me pediu um CD demo e levou à gravadora BMG. Em 15 dias, eu estava contratada.

- De certo, “Eu comi a Madona” deve ter gerado polêmica. Você pretende ir ao show da “Rainha do pop” no fim do ano?
- Gerou polêmicas entre três ou quatro pessoas na internet, que é terra de ninguém. Mas, de fato, sempre foi cantada a plenos pulmões por um público imenso em cada cidade ou país onde me apresentei. Acho que irei ao show sim.

- Se, “antropofagicamente”, você fosse comer alguém, quem seria?
- Eu comeria o ex-casal Jennifer Aniston e John Mayer.

- Daqui para frente, quais serão seus passos? Algum novo projeto em mente?
- Compor cada vez mais. Projetos são surpresa. Acabei de passar por cidades como Vitória, Cuiabá, João Pessoa e Recife. No próximo final de semana, depois de Juiz de Fora, irei para Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis.

Assista aos vídeos da Entrevista






Fonte: Tribuna de Minas / Juiz de Fora(MG)

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