Encaixa gostosinho…

Plec! Plec! Plec!

A primeira coisa q se escuta é o estalar de dedos. e logo, a pulsação do baixo elétrico, na mesma pulsação dos dedos. e quando ela sai da sombra q uniformiza o palco… delírio, meu!

Ela segue tocando o baixo, envolvida pela sinfonia dos plecs.

e canta:

“Me levou pro cantinho e disse: morde / quando eu dei por mim, pensei: que sorte!”

na platéia, todas elas cantam junto:

“disse: tudo bem, tudo é natural / olhou bem nos meus olhos / chupou meu pau”

gritos!

Ana Carolina, mulher grande, autora da canção, sorri, na gravação ao vivo do show Dois Quartos. Agora, já virou DVD e CD (o disquinho resiste ainda). E engata, na mesma batida, “Fever”. encaixa gostosinho. mas aí, ñ são apenas os plecs plecs dos dedos. A banda – e os vocais! – comparecem.

“Todo mundo tem razão, vence sempre e na hora certa / todo mundo prova pra si mesmo q ñ há derrota / todo homem tem voz grossa e tem pau grande e é maior do q o meu, do q o seu, do q todos nós”.

Bendita liberdade… ainda bem que estamos por aqui, numa coisa escancarada. sem metáforas, usando o nome certo de cada coisa. lá nos cemitérios das leis, apodrecem as tesouras dos censores da época da ditadura. E ainda estamos um pouco atrasados. Lembra do escândalo, o choque dos primeiros clips da Madonna? e ainda agorinha, na turnê do novo CD, em Paris, show no L´Olympia… ela catou uma mulher no palco e beijou na boca direto. Nada de selinho. O tal french kiss, beijo de língua.

Enquanto isso, no país da Madonna, Marche Taylor não pôde entrar em seu baile de formatura. Foi barrada por causa do tamanho do seu vestidinho. (por aqui, ninguém sequer viraria a cabeça pra olhar aquelas pernas bonitas. É normal). Mas a pobre da Marche foi retirada da portaria pela polícia… Siiiim! Chamaram a polícia. E a mocinha saiu algemada.

Esse nível de caretice – Vade retro! -, Não acontece por aki. Ufa!… assim, Ana Carolina pode cantar, vencedora:

“Fui eu que bebi e comi… a Madona!”

* clique aqui, se quiser saber mais sobre a censura a músicas no Brasil.

Por Maurício Kubrusly