terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ana Carolina ambiciona o sucesso populista

Por Mauro Ferreira


Nem a excelência da produção de Alê Siqueira, Mauro Caldato e Kassin atenua a anemia da safra de inéditas reunida por Ana Carolina em “Nove’’. O álbum confirma que a produção autoral da artista parece ter chegado a um ponto de exaustão, já detectado no disco anterior, o duplo “Dois Quartos”(2006). Com ares de tango eletrônico “10 minutos” (Dimmi Perché) é a única música digna da discografia inicial da artistas. Se os sambas “Tá rindo, é?” e “Torpedo” (com letra de Gilberto Gil) sequer roçam o suingue de “Cabibe” (2005) ou a beleza melódica de “Vestido Estampado” (2003), as baladas – como “Era” e “Dentro”- figuram entre as piores da artista no gênero. O flerte descarado com o pop radiofônico em “Entreolhares”, tema que subaproveita os vocais do cantor americano John Legend, sinaliza que Ana Carolina ambiciona o sucesso populista. Como cantora ela é das melhores da sua geração e acerta ao dosar os tons em “Nove”. Mas não basta cantar bem e se aproveitar de uma produção luxuosa, Noves fora, nada. Ou quase nada…



Fonte: Jornal O Dia

Nenhum comentário:

Postar um comentário