segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ana Carolina comemora 10 anos de carreira com Nove

Rio, 10 (AE) – Sempre que acaba de gravar um CD, Ana Carolina analisa e conclui que poderia ter feito melhor. No caso de algumas canções, como a versão de Quem de Nós Dois (de 2001), curiosamente um dos seus maiores sucessos, ela gostaria de poder voltar no tempo e refazer a gravação. Com Nove (SonyBMG), o CD que lança e com o qual comemora dez anos de carreira, foi diferente. “Desse eu gostei”, diz a cantora mineira, que deu entrevista em seu novo endereço no Rio: uma casa no Jardim de Botânico de projeto e vista cinematográficos, para a qual se mudou recentemente.


Nove tem nove músicas, será vendido a preço sugerido de R$ 19,99, com tiragem de 99.999 unidades e lançado com show no dia nove de setembro de 2009, no Citibank Hall (quando ela completa 35 anos). “Não é TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), é um carinho com o número”, brinca. É seu algarismo da sorte há muito tempo. A relação é tamanha que Ana limou uma décima faixa – um blues que ela julgou não ter lugar junto aos sambas e baladas já escolhidos -, para que ficassem apenas nove.


O último CD de inéditas foi o duplo Dois Quartos (2006), com 24 faixas. Dessa vez, ela quis chegar ao que considera essencial. “É um disco mais enxuto, mais coerente”, diz Ana, que se cercou de gente competente a qual admirava, a começar pelos produtores, Kassin, Mario Caldato e Alê Siqueira. Eles trouxeram músicos como Alberto Continentino (baixo), João Parahyba (percussão) e Donatinho (teclados). Ana preferiu não se ocupar da produção, como fez nos trabalhos anteriores. Gostou de mudar. “Quando você já tem seus métodos, é muito bom que reveja seus conceitos”, justifica


Ana foi atrás da cantora e contrabaixista norte-americana Esperanza Spalding, que toca em Traição; em Entreolhares (The Way You’re Looking at Me), a música bilíngue que está tocando nas rádios, ela faz dueto com o cantor de R&B John Legend. A composição é dela, de Legend e Totonho Villeroy, seu constante parceiro. Traição é de Ana com a italiana Chiara Civello, a quem ela conheceu em saraus, e que coassina mais três: Resta (esta também de Dulce Quental), 10 minutos (Dimmi Perché) e 8 Estórias (uma coletânea de malsucedidos casos de amor entre mulheres).


Ana e Mombaça mandaram um samba e rapidamente Gilberto Gil fez a letra de Torpedo. A ultraromântica Dentro (Escolhi o pior lugar pra me esconder/Me tranquei por dentro de você/E não sei mais sair) ela compôs com Dudu Falcão; a divertida Tá Rindo, é?, outro samba, é do trio Ana/Mombaça/Villeroy.


Afora Gil, são compositores que estão com ela desde os hits Garganta, Nada Pra Mim e Quem de Nós Dois, que ajudaram a cantora de barzinhos “conhecida só por 200 pessoas em Minas Gerais” a vender mais de dois milhões de discos (este é o oitavo, sendo o quinto de inéditas), e a amealhar prêmios ano a ano.


Credenciais que fazem com que Ana não se deixe abalar por quem critica seu apelo popular.




Tem compositor que se acha bom demais para tocar na rádio. Eu ganhei prêmio de melhor música no Domingão do Faustão cantando Carvão, que é uma das canções mais sofisticadas do Dois Quartos. Tem uma coisa que conta bastante no Brasil, que é o carisma. Quem tem carisma pode gravar qualquer coisa e conseguir se comunicar com o homem e a mulher comuns.”



Fonte: Gazeta do sul


Nenhum comentário:

Postar um comentário